Após ler muito ficção-científica esses anos, resolvi publicar um artigo que saiu em uma edição da revista PLANETA e que discute a validade literária das obras de Sci-Fi.
"AS IMAGENS DO FUTURO
Muitos a criticam como um género menor de literatura,
mas a moderna ficção científica projeta o futuro do homem e da ciência.
Por Marco António de Carvalho
Enquanto praticamente toda a arte contemporânea continua discutindo mesquinharias do género João vive com Maria, mas na verdade quer fugir com Joana (ou, quem sabe, com José), ou ainda se o partido X chegar ao poder tudo melhorará, há mais de um século um setor da criação artística está voltado para o futuro e às novas conquistas tecnológicas: a ficção científica ou simplesmente FC.
Desde o surgimento de 20.000 Léguas Submarinas, de Júlio Verne, em 1870, considerado o primeiro livro moderno assumidamente desse gênero, até os feéricos filmes contemporâneos de batalhas e viagens espaciais, a ficção científica tem discutido praticamente tudo que a imaginação e a fantasia podem criar sobre o futuro do homem. Isso não é pouco: presa ao realismo durante décadas, a literatura entrou num circulo vicioso de onde somente há pouco foi possível escapar, sem a censura da chamada realidade. E essa, talvez, seja a grande contribuição da FC: a possibilidade do sonho, da fantasia, do escape, da criação sem rédeas.
O que os autores de FC têm insistido em mostrar é que algo está acontecendo na vida dos homens nesse planeta, algo que nunca ocorreu e que está muito além da discussão imbecilizante sobre eleições e partidos, famílias, casamentos e separações, campeonatos de Futebol ou prémios de qualquer ordem.
A FC tem mostrado que, pela primeira vez na sua história, o homem pode ausentar-se da sua casa, a Terra, olhar o mundo como um todo, esquecer-se da mesquinharia do nacionalismo, países e fronteiras e até, quem sabe, encontrar seres tão ou mais inteligentes do que ele mesmo. Ao mesmo tempo, é a FC que alerta, desde Júlio Verne, que o homem tem o poder de se destruir, de matar toda a vida no planeta e desaparecer por completo.
Se lembrarmos que o tema básico do romantismo é a felicidade ou infelicidade conjugal e a saúde sensível de seus personagens, e que o realismo se ateve a greves, prisões e discursos, não há dúvida de que a temática da FC é superior e infinitamente mais rica.
Curiosamente, existe ainda uma pergunta que continua a ser repetida por todos os que se acreditam proprietários da Arte: seria a FC uma criação artística que mereça ser chamada de literatura? Os autores de ficção poderiam, afinal, ser considerados escritores ?
É claro que a resposta é sim: a FC é mais um género literário, o mais novo deles, e, assim como em qualquer outro, há bons autores e obras profundas e belas, outras muito cansativas, e várias absolutamente ridículas. Como toda forma de arte, aliás.
O que não se pode negar é que, na busca de definições, os especialistas em literatura não conseguiram classificar a FC e descobrir o que realmente se esconde por trás desse rótulo. Isaac Asimov, autor de alguns dos mais belos clássicos do género, como Eu, Robô e a série Fundação, diz que a FC fala especificamente sobre o futuro da ciência e dos homens, e praticamente todo autor de FC concorda em que a ciência é sempre um ingrediente essencial nesse gênero.
A princípio, essa parece uma boa definição. Mas o que dizer, então, de um livro como Uma história dos dias que virão, de H. G. Wells, publicado em 1897? Nesse trabalho, nem ciência nem cientistas estão presentes, mas sim toda uma projeção sobre o comportamento humano no futuro. O que dizer, também, de livros como Kalki, de Gore Vidai, cujo personagem principal é a própria Destruição? O que dizer de A Laranja Mecânica, de Anthony Burguess, ou do clássico 1984, de George Orwell, obras sobre a violência urbana e a repressão do Estado? E o que dizer, enfim, de O Homem do Sambaqui, da brasileira Stella Carr, um livro sobre a pré-história do homem brasileiro, aquele que aqui vivia antes ainda da chegada dos índios?
O fato é que nenhum desses autores escreve sobre ciência e cientistas em suas obras - mas não há dúvida de que são representantes da literatura de ficção científica. O que talvez nos leve a concordar com Mário de Andrade, que certa vez disse que "conto é tudo aquilo que o autor quiser chamar de conto". Com a amplitude temática da FC, podemos também afirmar o mesmo em relação a esse gênero.
A confusão sobre o papel e a real importância da FC hoje se estendem a autores, editores, críticos e público. Tudo, como sempre, começa nos Estados Unidos, onde vive a maioria dos autores do género e o grosso dos leitores dessas obras.
Devido ao grande interesse do público surgiram no mercado americano, mais tarde também na Europa e até no Brasil, autores menores e interesseiros que nada tinham a dizer mas que se especializaram em produzir livros de ficção científica como que numa linha de montagem: em série e sempre iguais.
Isso só foi possível porque tais escritores sabem que FC é fantasia sem rédeas, abstracção sem grandes preocupações realistas. Surgiram, então, histórias híbridas, com heróis que são uma espécie de vaqueiros do espaço, pouco inteligentes e preconceituosos. Tais personagens, montados em cavalos agora transformados em naves espaciais, conquistam não o Oeste americano, mas planetas desconhecidos, massacrando seres de três olhos que vivem em cavernas e se alimentam de minerais.
Desse modo, esses autores e seus heróis espalham o seu preconceito e modo de vida por todo o universo, comportando-se como padres catequistas, espanhóis colonizadores ou Buffalo Bill: tudo que for diferente é necessariamente perigoso e deve ou adaptar-se ao que pretendem ou ser destruído.
A FC, dessa forma, é hoje um "saco de gatos": nele entram autores do porte e inteligência, humanismo e cultura de um Ray Bradbury, Isaac Asimov, Colin Wilson, Philip K. Dick, Robert Heinlein e, ultimamente, Doris Lessing; vários momentos de Edgar Allan Poe, Tolkien e Lovecraft; e nomes clássicos como Verne, Wells, Orwell, Huxley, Stevenson, Burroughs. Todos esses grandes autores - e que seriam assim considerados em qualquer gênero da literatura - convivem com hedonistas que evitam até mesmo usar seu próprio nome e atendem apenas a interesses comerciais, nada acrescentando à ficção científica ou à arte e, acima de tudo, fazendo apologia de tudo que o homem tem de mais destrutivo.
Para tais autores sem nome, o ideal seria transportar o conceito de propriedade para outras galáxias, fincar bandeiras no solo de Júpiter, obrigar os marcianos a cantar hinos,de preferência, é claro, o do país onde nasceu o autor, e transferir guerras e discussões mesquinhas para o espaço.
O resultado daí é o caos estilístico, temático e ideológico, e todo o preconceito que ronda o autor de FC que realmente pretende transmitir alguma coisa, devido à péssima qualidade de colegas que nada têm a dizer. Exemplo disso é o caso de Doris Lessing: considerada pelos especialistas "a maior escritora viva da língua inglesa". Lessing sofreu as maiores críticas de sua carreira de sucessos, no final dos anos 70, ao publicar Shikasta, primeiro livro de Canopus em Argos: Arquivos, uma série de ficção científica.
Praticamente toda a crítica profissional recebeu mal a opção de Lessing pela FC. É sempre bom lembrar que, assim como a literatura infantil, a FC é considerada um gênero menor e seus autores não merecem qualquer atenção especial por parte de estudiosos e revistas literárias.
É a própria Doris Lessing quem conta o que ocorreu quando fazia uma palestra nos Estados Unidos sobre livros e ficção científica: "A professora que presidia a mesa, cujo único defeito talvez fosse um apego exagerado aos chavões acadêmicos, interrompeu-me dizendo: 'Se fosse minha aluna, jamais permitiria que fizesse isso.' Eu estava justamente dizendo que a ficção espacial, ao lado da ficção científica, representa hoje o ramo mais original da literatura: é criativa e cheia de espírito; deu vida nova a todos os géneros literários; e que os literatos académicos e eruditos cometem um erro tentando ignorá-la ou adotando uma atitude paternalista - o que, naturalmente, é o que se espera deles."
Ora, a FC não é um gênero literário cuja preocupação seja a contribuição à forma - não se pode dizer, por exemplo, que exista um Joyce, um Guimarães Rosa, um Proust na FC -, mas sim ao conteúdo, considerado extremamente importante.
E talvez por isso que críticos literários e estudiosos insistam em olhar com desprezo autores e obras de FC, os quais seriam pouco realistas, nada intelectuais e sem grandes preocupações formais - o que, convenhamos, é verdade.
Mas para Doris Lessing, e todos os autores que consideramos sérios, o que importa não é mesmo a forma, uma preocupação da literatura realista e da crítica, mas a contribuição temática, a fantasia sem a limitação do comprovável, sem a censura do intelecto.
Para Lessing, mais do que exigir preocupações formais dos autores de FC, deve-se atentar para o fato de que eles hoje "ultrapassam todos os limites do romance realista, porque tudo à nossa volta se torna mais e mais estranho a cada dia que passa, mais fantástico e incrível. Já houve um tempo, não muito distante, em que esses escritores eram acusados de exagero, de se valer em excesso da coincidência ou do improvável; agora, os próprios autores alegam que a realidade se equipara às nossas fantasias mais desenfreadas".
Desde Júlio Verne, no século passado - que previu novas tecnologias e as descreveu em detalhes, mais tarde inteiramente comprovadas, até autores contemporâneos, como Philiph K. Dick, Isaac Asimov, Walter Miller Jr. - que há décadas escrevem sobre o mundo do século 21 -, o que a FC tem feito é prever o futuro do homem.
É ainda Doris Lessing quem nos chama a atenção para este fato, na introdução de Shikasta: "Esses deslumbrados (os autores de FC) traçaram o mapa do nosso mundo, contaram o que estava realmente acontecendo, descreveram nosso triste presente há muito tempo, quando ainda era futuro."
Assim, esses escritores "desempenharam o papel inglório e indispensável do filho ilegítimo desprezado, ao qual é permitido dizer as verdades que os irmãos respeitáveis não ousavam revelar, ou melhor, não conseguiam ver com clareza por causa da sua respeitabilidade. Exploraram também as literaturas sagradas do mundo com a mesma audácia com que levam às conclusões lógicas as possibilidades científicas e sociais. Devemos muito a eles".
Como sabemos, essa não é a visão da crítica oficial, dos cursos de literatura, dos leitores ditos bem informados. Não importa: os autores de FC insistem desde 1870, com Júlio Verne, em estudar, imaginar e prever o futuro do homem no planeta. E, quem sabe, modificar um pouco dessa monstruosidade que aí está. Porque, se depender dos grandes escritores de FC, o mundo será bem mais fantasista do que toda essa mesquinharia com a qual convivemos."
Vale contrapor esse ponto de vista com o do artigo de Bernd Schneider, O Realismo em Jornada nas Estrelas, em seu site Ex Artris Scientia . Fiz uma tradução desse artigo em português pois acho ele muito esclarecedor e um ótimo texto para contrapor às críticas que vez por outra ouvimos sobre esse gênero literário. Quem quiser, me contate e envio a tradução por email. A ferramenta de tradução automática do Chrome não corresponde exatamente ao texto em muitas partes, e esse é um artigo merecedor de uma boa compreensão.
After reading a lot of Sci-Fi, I'd like to post here an article published in a PLANETA magazine which discusses the validity of Sci-Fi as a literary work.
"Images of the Future
Despite being labeled as a minor genre in Literature,
modern Science Fiction thrusts mankind and science out into the future.
By Marco Antonio de Carvalho
While, for more than a century now, every contemporary art goes on discussing petty issues like John lives with Mary - but actually wants to get away with Joan, or even with Joseph, or if all will be fine when party X gets to power - a sector of the artistic creation has turned the eyes onto the future and the acquisition of new technologies. I am talking about Science Fiction or simply put, Sci-Fi.
From Julio Verne’s issue of 20,000 Leagues Under the Sea – considered the first overtly Sci-Fi book – until the feverish modern blockbusters displaying space battles and trips, Science Fiction has been discussing practically every topic imagination and fantasy can come up with about the future of Man. Literature, stuck in realism for decades, has only recently been able to free itself from the vicious circle of the so-called censorship of reality. Maybe this is Sci-Fi’s greatest contribution, the possibility of dreaming, of fantasizing, of escapism, of freethinking creation.
What Sci-Fi authors have persistently tried to show is that something is going on with the lives of everyone on this planet. Something that has not occurred yet and is much beyond narrow-minded lectures about elections and parties, family life, marriages versus separations, football matches, and awards of all sorts.
Sci-Fi revealed that, for the first time in history, men could leave Mother Earth, look into the world as a whole, forget about nationalisms, countries and borders and, who knows, even meet beings as intelligent as or more so than themselves. At the same time and since Julio Verne, this very genre has been warning us about man’s power to destroy and kill all life in the planet and disappear for good.
Taking that the basic theme of Romanticism is happiness, or marital hell, along with its sensitive characters’ health, and that Realism churns around with strikes, arrests, and speeches, there is no doubt that Sci-Fi’s themes are superior and way richer.
Curiously, a question still lingers among all those who believe to be the owners of Art: Would Sci-Fi be an artistic creation worth wearing the Literature stamp? Could Sci-Fi authors be considered writers somehow?
The answer is a crystal yes. Sci-Fi is another literary genre, the newest of all and, like any other, comprising good authors, wonderful and profound work, some tiresome pieces, and several others plainly stupid, again, like any other genre for that matter. The undeniable fact is that, in the search for definitions, experts in literature could not yet classify Sci-Fi and find out what in fact hides behind such label. Isaac Asimov, the author of some of the classic pieces in the genre, namely I, Robot and Foundation series, says Sci-Fi specifically touches the future of science and man. Just every single Sci-Fi author concurs that the former has always been one of its basic ingredients.
That sounds like a good definition at first. Then, what could be said of a book like A Shape of Things to Come, by H.G. Wells, published in 1897? This particular work casts neither science nor scientists but an overall projection of human behavior in the future. What of books like Kalki, by Gore Vidal, whose main character is Destruction itself? What of Clockwork Orange, by Anthony Burgess, or George Orwell’s classic 1984, pieces on urban violence and State repression? What to say of Sambaqui, by the Brazilian writer Stella Carr Ribeiro, a book about the pre-history of the Brazilian man before the arrival of the original natives?
The fact that none of these authors uses science or scientists in their novels does not at all discredit them as representatives of Sci-Fi Literature. Perhaps now, we could agree with Mario de Andrade: “a tale is everything the author wishes to call a tale”, and assert the same in relation to the genre in question, given its thematic scope.
Such confusion about the role and the real importance of Sci-Fi has reached authors, publishers, critics, and the public. Everything starts, as usual, in the United States, where most authors and readers of the genre reside.
The considerable interest arose from the public lead to the appearance there – and later in Europe, and even in Brazil – of minor and timeserver authors. They had nothing to add except producing Sci-Fi books just like out of the assembly line: in a row and with the same content.
That was possible because those writers were well aware that Sci-Fi is fantasy, off-realism abstraction with no leash. Then came hybrid stories featuring daftly biased space cowboys. The new characters, mounted on horses – now turned into spaceships – do not conquer the American West but rather unknown planets, butchering 3-eyed, ore-eating cave creatures.
Thus, these authors and their heroes spread their prejudice and way-of-life across the universe, behaving like missionaries, Spanish trailblazers, or Buffalo Bill: everything that is different is consequently dangerous and should either do their bidding or perish.
As a result, Sci-Fi nowadays is a bagful of authors. Some of the stature, intelligence, humanism, and culture like Ray Bradbury, Isaac Asimov, Colin Wilson, Philip K. Dick, Robert Heinlein, and, lately, Doris Lessing. A dash or so of Edgar Allan Poe, Tolkien, and Lovecraft; some classics like Verne, Wells, Orwell, Huxley, Stevenson, Burroughs - grand names who would be considered as such in any literary circle. And some hedonists, who avoid signing their own names and follow the call of the markets, adding nothing to either Sci-Fi or Art and, topping it all, fully praising man’s destructive nature.
For those nameless authors, the idea is to transport the concept of property to other galaxies, raise flags on Jupiter’s soil, make Martians sing anthems – preferably from their homeland -, and transfer wars and squabbles into space.
The outcome is stylistic, thematic, and ideological chaos, along with the prejudice haunting every Sci-Fi author who really wants to pass on some idea. All due to the lemon work by nothing-to-say colleagues. An example is the case of Doris Lessing. Considered by experts “the major living writer of the English language”, Lessing’s successful career suffered from many critiques in the late 1970s upon her publication of Shikasta, the first book of the Sci-Fi series Canopus in Argos: Archives.
Virtually the whole of reviewers’ class did not swallow Lessing’s option for Science Fiction, taken as a minor genre along with literature for kids. The writers of which deserving no special attention whatsoever from scholars or literary publications.
Doris Lessing herself tells what happened in a lecture she attended in the US: “The presiding professor, whose only flaw was perhaps an over-attachment to academic jargon, cut me in saying: ‘Were you my student, I’d have never allowed you do that’. Moreover, I was just saying that space fiction and science fiction represent the most original branch of Literature today. It’s creative, full of spirit, has given new life to all the other genres, and that academic writers and scholars commit a grave mistake by ignoring or patronizing it – something we naturally expect them to do.”
Well, Sci-Fi is not a genre whose main concern is a contribution to form. There is no example of a Joyce, a Guimarães Rosa or a Proust in it, but there is content, which is highly relevant.
Perhaps, that is why critics and scholars insist on looking down on Sci-Fi authors and their work for their little realism, short intellect, and no formality concerns – however true.
But for Lessing, and all the authors we deem serious, what matters is not form – let critics and Realism mind it – but thematic contribution. Fantasy free from corroboration. Intellect free from censorship.
According to Lessing, apart from demanding form from Sci-Fi writers, one should note “they have nowadays gone beyond the limits of a realist novel because things around us are weirder, more fantastic and unbelievable every day. Not so long ago, writers like those were accused of an overstatement, of backing too much on coincidence and improbabilities, and now, they themselves claim reality is a match to our most unrestrained delusions.”
Since Julio Verne, who just a century back anticipated new technologies describing them in detail - many verified later -, until contemporary authors like Phillip K. Dick, Isaac Asimov, Walter Miller Jr, who have written for decades about the world in the 21st century, Sci-Fi has divined the future of mankind.
She points out to that fact in Shikasta’s foreword: “these wonder-filled writers (of Sci-Fi) have drawn the map of our world, have told what was really going on, and they have described our pitiful present a long time ago when it was still called future.”
“They have played the inglorious role of the unwanted bastard son who is allowed to speak his heart, something his respectable brothers dared not, or better, could not see clearly through that respectability coat. They have also explored the world’s sacred literature with the same audacity they wrap up scientific and social possibilities in logic. We owe them a lot.”
As we know, this is not the official view from critics, literary courses, or allegedly educated readers. It does not matter. Sci-Fi authors have been on it since 1870, with Verne, studying, imagining and foreseeing the future of man on the planet, and, who knows, changing a bit of its atrocious reality. Because if the world is in the hands of Sci-Fi authors, it will be way more fantastic than all the pettiness we live in.
It is highly recommended reading Bernd Schneider's view-point - The Realism of ST - in his wondrous site Ex Artris Scientia .
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