When Sci-Fi meets Trash-bashing, Scratch-building, & Graphic Designs!

Painel

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Beauty shot!

25 janeiro 2020

Perfil: KLINGONS

     Os Klingons nas franquias de Star Trek mostraram mais fisionomias que qualquer outra espécie alienígena durante os mais de 50 anos da série. Desde as peles bronzeadas na série clássica até as próteses plásticas e siliconadas das produções modernas. 
      A raça foi introduzida no Universo de ST [TOS] no episódio Missão de Misericórdia (nº 26) que se passa no planeta Orgânia.
     Uma mistura de fisionomias asiáticas, peles bronzeadas com pelos faciais em estilo mongol, contrastavam bem com o tipo caucasiano e africano típicos dos tripulantes da Enterprise. E era tudo o que o orçamento apertado da produção podia fazer na época.



      Isso mudou com A Nova Geração, onde com mais dinheiro foi possível 'atualizar' o status genotípico da raça. A variedade de cristas frontais e protuberâncias temporais nos fez acreditar que eram como 'digitais', tendo os membros das famílias cristas mais semelhantes. Os filmes da franquia continuaram com a estrutura protética.


     Um arco da série ENTERPRISE (os episódios Fronteira, Estação Polar 12 e Os Superiores; episódios 80 a 82) explorou a razão para o dilema dos klingons com testas lisas da série clássica. O assunto da crise dos augments, 'melhorados' ou 'superiores', se estende por TOS, em Semente do Espaço (S01E22), Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan, e em Além da Escuridão, fazendo assim a ponte entre os dois genótipos.
     Várias personagens aqui e ali nos filmes aparecem com testas suavizadas, corroborando para o roteiro de ENT.

     Sendo uma raça guerreira, é fácil imaginar como as testas sulcadas eram usadas em incontáveis marradas e cabeçadas bem em estilo servítico, em confrontos sempre sangrentos durante a evolução da espécie do planeta Q'onos. Pena que as próteses das produções não sustentariam confrontos com marradas, embora eu creio que há duas ou três cenas onde os personagens dão cabeçadas. Dariam cenas incríveis! Ainda bem que pensaram em bat'leths, mek'leths e d'k tahgs.


     Foi em DS9, no episódio A Espada de Kahless (S04E08), que nos mostraram os possíveis ancestrais mitológicos dos Klingons. Reza a lenda que os Fek'lhri foram derrotados pelo grande Kahless somente brandindo seu famoso bat'leth. É de minha opinião que os fek'lhri estão para os klingons assim como os símios estão para a espécie adâmica.


     Em StarTrek Online os Fek'lhri são uma raça belicosa criada pelo Dominion em uma tentativa falha de melhorar os recém-criados Jem'Hadar. A espécie faz parte de um arco narrativo no jogo.
    
     Então, imaginemos o cenário mitológico: lá no começo da evolução em Qo'nos, quando uma cepa primitiva dos fek'lhri eram os 'neanthertals' no planeta, chegam os enviados do Dominion fazendo manipulações genéticas para incrementar a produção dos Jem'Hadares já em andamento. O grupo avançado dos metamorfos não conseguindo seu intento devido a falhas genéticas, largou o experimento de mão e se evadiu. Alguns poucos 'cro-magnons' nativos de Qo'nos, provavelmente da mesma estirpe ou tribo de Kahless O Grande, entram em combate com alguns grupos de fek'lhri já clonados e com selvageria triplicada pelos cientistas do Dominion, vencem e 'salvam' a raça de alterações genéticas artificiais mais profundas. Eis que nasce a lenda de Kahless e sua vitória sobre os fek'lhri. 
  
      O design, tanto nos filmes da linha de tempo Kelvin quanto em ST Discovery mostram um design das testas mais harmonioso com o conjunto da fisionomia, diferente das anteriores onde a divisão testa-rosto era óbvia para qualquer bom observador. 

     Uma ótima resenha analítica das mudanças na maquiagem klingon pode ser lida na EAS : A Evolução das Testas Klingons.

     Aqui no blog, segue a lista de modelos em scratch e kit de naves klingon:


o iate imperial Jolgash 
o cruzador Ugoth 
o encouraçado Tar'Kat 
o cargueiro Dahp'laht
o transporte orbital D'vull 
a nave pirata FaH'G 
o cruzador Doh'rva 
a ave de rapina DarGh




Esse post é parte do projeto Perfis de Espécies em Jornada nas Estrelas.
LCARS interface feita com Microsoft Word e inspirada por LCARS 47 Projects.


23 janeiro 2020

Capitão Futuro e as 7 Gemas Espaciais (Capítulo 20)


O Novo Universo
  
     O Capitão Futuro liberou Quorn da inconsciência. Virou-se para o androide que estava tenso ao seu lado e deu algumas ordens.
     -- Otho, você e Grag construam um projetor de raios amortecedores cem vezes mais forte que o que temos aqui na Cometa. Não deve ser difícil. Ezra, chame a Polícia com uma força tarefa suficiente para dar uma batida no Planeta dos Prazeres. Diga-lhes para prenderem Bubas Uum e os cúmplices de Quorn.
     -- Mas Capitão, não podemos entrar lá, o planeta não responde à legislação Solar.
     -- Irá responder quando a Polícia chegar lá, Curt explicou. Muito bem, nosso amigo volta à consciência.
     De fato, e caindo em si da situação, Quorn envergou uma expressão de ódio mas, para surpresa de todos, cruzou os braços e sorriu.
     -- Desta vez você venceu, Futuro, disse calmamente. Felicitações. O que me reserva? Cérberus?
     -- Sim, muito provavelmente, respondeu Curt seco. Você vai direto para a prisão na lua de Plutão para passar o restante de sua existência.
     -- O restante da minha existência é muito tempo ainda, escarneceu. Não creio que alguma cela me detenha por tanto tempo. Talvez nos vejamos de novo.
     -- Cérberus vai lhe segurar, previu Curt.
     -- O projetor está pronto, chefe! Otho reportou pouco depois. Ele e Grag montaram uma máquina cilíndrica pesada.
     -- Ótimo. Dirijam o raio amortecedor diretamente sobre os propulsores do Planeta dos Prazeres.
     Ezra bateu palmas de contentamento.
     -- Agora entendi! Finalmente Bubas Uum vai sentir o peso da lei naquele inferninho dele!
     Testemunharam da sala de controle Otho ligar o projetor de raios invisíveis e direcioná-lo como ordenado. O raio iria anular a produção atômica dos cíclotrons dos motores. Foi o que aconteceu, e o Planeta dos Prazeres recomeçou a se mover entrando em órbita natural na linha do cinturão de asteroides.
     -- Pronto, declarou o Capitão Futuro, o Planeta já voltou à sua órbita solar e assim já responde às leis do Sistema. Chegando lá, as autoridades vão começar a tomar conta de tudo.
     -- E um dos piores antros do Sistema será fechado para sempre! bradou Ezra não se contendo.
     Ul Quorn assistiu a tudo calado e em seguida se expressou com genuína admiração:
     -- Futuro, você e eu juntos poderíamos ter conquistado o Sistema. Mereces todo o respeito que lhe consagram.
     Curt Newton sorriu sem graça para seu arqui-inimigo, finalmente fora de ação.
     -- Não me importe de admitir que você, Quorn, por várias vezes quase me pegou. Nunca me sentirei seguro até que esteja enfurnado em Cérberus.
     
     Semanas depois, na Lua, em casa, Curt Newton endireitou a coluna na cadeira após concluir o trabalho que estava em andamento. Os raios do Sol penetravam o teto de glassite e se refratavam na cabeleira ruiva desgrenhada. A luz também brilhou no instrumento tubular suspenso por uma armação sobre a mesa. Capitão Futuro levantou a voz para alcançar os outros aposentos do laboratório.
     -- Grag! Otho! Tragam o Simon. Quero que vejam uma coisa aqui!
     Grag entrou fazendo barulhos metálicos carregando Ihk de carona em seu ombro.
     -- Otho tem que se livrar daquele mímico dele! reclamou o robô. Não dá para deixar o Ihk perto dele.
     De repente, Ihk metamorfoseou-se na figura gorducha de olhar sério.
     -- Parece que Ug te enganou mais uma vez, Grag, riu Curt.
     Com raiva, Grag derrubou Ug no chão.
     -- Ele agora deu para se transformar em Ihk o tempo todo. Eu nunca sei quem é quem!
     Otho entrou trazendo o cubo com Simon dentro e o colocou na mesa em que Curt estava. Virou-se para Grag.
     -- Será que não dá para deixar seu ursinho lunar bem longe do Ug? resmungou. Ele é uma péssima influência!
     -- "Péssima influência?" berrou Grag. Seu cabeçudo de borracha!
     -- Parem os motores aí mesmo! ordenou Curt. Quero mostrar-lhes uma coisa. Eu disse que havia prometido ao povo atômico que iria restaurar o universo deles.
     -- Lembrar eu lembro, disse Otho, mas eu quero saber é como!
     -- Construí um novo tipo de microscópio usando os princípios de ondas portadoras de Thuro Thunn, explicou Curt. É poderoso o bastante para alcançar o nível subatômico.
     -- Isso é novo! declarou o androide impressionado.
     -- Deem uma olhada no subuniverso do grão de areia, convidou.
     Ele havia colocado a gema negra com o grão de areia sob as lentes do microscópio em questão. E ele permitia uma imagem clara do universo atômico com suas estrelas mortas.
     -- É um universo extinto, disse Grag. Nada pode trazer vida à ele, Mestre.
     -- Agora, olhem este cubo de cristal, indicou e colocou um cubo de dois centímetros de aresta sob as lentes. 
     O cubo parecia conter outro subuniverso. Um universo novo, com minúsculos sois e estrelas com muitos planetas jovens.
     -- Observem agora, chamou a atenção pegando o grão de areia da gema negra e o pondo sobre o cubo.
     Posicionou um túbulo de cobre que emitiu um pequeno feixe de energia sobre o grão, fundindo-o ao material cristalino do cubo.
     Olhando pelo microscópio recém desenvolvido, eles viram que as estrelas escuras e frias do universo do grão se expandiram por entre os espaços iluminados do universo de cristal. A estrela rubra do sistema dos povos atômicos ficou rodeada de inúmeras estrelas e planetas jovens.
     -- Por todos os gênios do espaço! Você lhes deu um universo novo! berrou Otho. Um para onde eles podem se expandir para sempre!
     -- Ótimo trabalho! comentou o Cérebro.
     -- A profecia deles se cumpriu, finalmente, Curt sorriu ao dizer, o gigante das estrelas manteve sua palavra, pegando o cubo, vou colocá-los junto com as gemas espaciais na sala de troféus.
     -- É o maior troféu que já trouxemos para casa, falou Otho. Um universo inteiro, não é?
     Curt levou o cubo para o salão escavado na rocha sólida atrás do laboratório. Posicionou os itens entre os tantos outros objetos familiares, cada um representando uma façanha anterior.
     Ao retornar, encontrou o Cérebro observando o céu, o disco azul da Terra sob o teto transparente. Curt juntou-se a ele por alguns momentos.
     -- Eles não têm a menor ideia do que fizestes. Simon falou gentil. Tudo o que sabem é que o Planeta dos Prazeres foi fechado e que um tal de Dr. Quorn se encontra preso.
     -- Melhor que não saibam, respirou fundo. O sinal no Polo Norte não foi ligado dessa vez. Ninguém precisa saber que estamos na ativa.
     -- É, o sinal não brilhou, murmurou o Cérebro, mas vai brilhar. Há muitos malfeitores inescrupulosos planejando contra os povos do Sistema. Enquanto o mal existir, aquele sinal vai nos alertar e buscar nossa ajuda. Enquanto nós estivermos aqui, iremos ajudar.







22 janeiro 2020

Capitão Futuro e as 7 Gemas Espaciais (Capítulo 19)


O Gigante das Estrelas
  
     Diminuto como estava, Curt ainda era gigantesco se comparado ao universo para onde viajava. Contudo, não queria se reduzir muito até chegar próximo ao sistema do sol vermelho onde vivia a civilização que Quorn buscava. A sensação era estranha: flutuar por entre estrelas mortas pouco maiores que sua cabeça.
     Curt parou surpreso ao ver uma massa escura se aproximar vindo do sol rubro. A princípio, pensou ser uma estrela morta vagando pelo espaço, mas logo percebeu que era uma forma humanoide em um traje espacial! Tão grande como ele próprio, o enorme corpo veio crescendo em sua direção.
     -- Ul Quorn. Deveria ter previsto.
     Com certeza Ul Quorn o avistara penetrando o universo subatômico lá do planeta onde estava. E agora tentava impedi-lo de atrapalhar seus planos.
     -- Quer me pegar! pensou Curt. Por isso usa o gerador para aumentar de tamanho. Tenho que pará-lo!
     Ligou o propulsor à toda potência, sendo impelido através do espaço interestelar direto para a figura de Quorn. Dois gigantes em corrida desesperada por entre sois mortos, prestes a entrarem em combate! Era assim que os habitantes dos mundos atômicos os viam.
     Quorn avançava bem à frente, o rosto contorcido de ódio era nítido pelo capacete de glassite. Usava o propulsor no máximo do empuxo e sacou a pistola atômica mirando Curt.
     Este já havia acionado seu próprio propulsor que o jogou para o lado esquivando-se do raio que estourou em uma estrela próxima, desintegrando-a e a seus planetas satélites em cinzas rodopiantes.
     Curt evitou usar sua pistola de prótons para contra-atacar temendo, caso a mira lhe falhasse, atingir algum dos astros habitados.
     -- Tenho que fazê-lo parar de crescer! 
     Em uma manobra em ziguezague, desviou-se de mais um tiro do inimigo, mas colidiu com sua figura. Os dois colossos, pelos padrões do Universo à volta deles, se agarraram em luta.
     Quorn atingiu o capacete de Futuro com a pistola no intuito de rachar o glassite, mas Curt não fez esforço para impedi-lo pois tentava alcançar o gerador no cinto do mestiço. Ele já estava maior que Curt quando conseguiu acionar o botão do mecanismo. A aura dourada que cobria Quorn se esvaneceu. O marciano parou de crescer.
     -- Sempre soube que eu iria conseguir te matar um dia! A voz arfante de Quorn alcançou Curt pelo contato dos capacetes enquanto virava a pistola para o peito dele sem pensar no risco de abrir um buraco no próprio traje.
     -- Você não vai, não! gritou o Capitão Futuro. Contorcendo seu corpo, se desvencilhou da pistola de Quorn com um golpe do braço.
     O raio mortal brilhou pelo espaço. Com um golpe de jiu-jitsu ensinado por Otho, arrancou-lhe da mão a arma de raios e a arremessou longe. Ela foi imediatamente atraída por um sol defunto tão grande quando ela.
     Quorn ficou louco de raiva. Tentou destrancar o capacete de Futuro de qualquer jeito. Suas ações violentas os fizeram rolar pelo espaço destruindo sistemas mortos, estrelas e planetas se despedaçavam com os golpes.
     Curt sabia que tinham que parar de lutar ou iriam eventualmente colidir com o sistema ainda vivente. Manobrou a mão para o pescoço de Quorn e tateou por entre a tessitura grossa do macacão espacial até achar o local exato na base do crânio para aplicar o velho beliscão venusiano. O golpe paralisou a atividade neural do mestiço e o fez parar de lutar instantaneamente.
     -- Pelos demônios do espaço! Finalmente! soltou Curt.
     Seu capacete estava um pouco frouxo pelos ataques do marciano, ajeitou-o e olhou a cena. Flutuavam entre alguns sistemas mortos e a estrela vermelha próxima. Agarrou Quorn e se impeliu em direção a ela. Ao chegarem mais perto, ligou ambos os geradores do campo de encolhimento. Seis planetas giravam em torno da estrela rubra, cada um deles era coberto por uma cúpula ou escudo transparente. Ele os impulsionou até o maior dos mundos. Chegando lá, os dois já estavam com um tamanho relativo aos padrões daquela gente.
     -- Talvez teria sido melhor eu ter levado ele de volta ao nosso mundo em vez de arriscar vindo até aqui, Curt falou para si. Mas como deixar esse povo desamparado?
     
     Ele e Quorn aterrissaram suavemente no teto transparente do mundo abaixo, Curt largou o mestiço inconsciente por um instante e olhou através do material do teto. Viu que mesmo protegido por ele, o planeta era frio.
     Tundras inóspitas se estendiam sob o brilho cor de sangue da estrela moribunda. Aqui e ali via-se pequenos lagos congelados. No horizonte, uma cidade de arquitetura grotesca apontava suas torres para o céu.
     -- Se acabando mesmo, pensou Futuro.
     O último sol de um universo em colapso. Já não aquecia o planeta direito, nem mesmo com a cobertura servindo de estufa.
     Observou uma escotilha a alguns quilômetros adiante na superfície donde naves saíam.
     -- Vamos lá. Pode ser que eu tenha me enfiado em uma enrascada querendo ajudar estes seres.
     Algumas pequenas espaçonaves voaram por sobre eles e desceram na cúpula transparente bem próximo. De dentro, saltou um grupo de homens envergando trajes grossos.
     -- Humanoides! exclamou Curt surpreso. Vai ver algum grupo humano do nosso universo desceu até aqui para colonizar esses mundos.
     Os indivíduos eram altos, garbosos de cabelos negros e grossos, olhos de pupilas grandes e as peles mais brancas que ele jamais vira. Levantaram hastes que só podiam ser armas. O mais velho deles, um senhor de rosto largo, cabelos brancos, a pele muito enrugada pela idade, se dirigiu perplexo a Curt.
     -- Mais um gigante das estrelas. Assistimos sua luta e como venceu este outro. Ele nos assegurou ser o verdadeiro gigante. Ele falava esse idioma que o primeiro gigante nos ensinou.
     Capitão Futuro percebeu que o velho se comunicava com um dialeto estranhamente derivado da língua marciana antiga.
     -- Vamos matar esse aí! um dos soldados do velho incitou. Ele não matou o verdadeiro gigante que nos prometeu novos mundos?
     -- Esperem! comandou Curt em marciano. Este homem aqui deitado, por acaso lhes prometeu mudarem-se para um sistema mais jovem?
     -- Sim! respondeu o velho líder. Quando o indagamos, disse que era o gigante das estrelas cuja vinda as profecias avisavam.
     -- Profecias? repetiu Curt. Ainda se lembram das profecias?
     -- Não havia mais esperanças para nós. Eras atrás, quando o gigante nos visitou, estávamos morrendo, nosso universo perecia rápido. Ele retornou ao seu próprio universo prometendo voltar e nos levar para novos mundos. A grande maioria entre nós guardou essa esperança dentro de si, embora externalizaram certa descrença quando nosso salvador não retornou. As gerações seguintes também ansiaram em seus corações, contudo acusavam os antigos de serem supersticiosos. Tudo o que tentamos para resguardar nossa raça só serviu para prolongar nossa existência miserável, sem resolver a causa fundamental, a morte de nossas estrelas.
     A compaixão flechou Futuro de forma fulminante. Esse povo corajoso cobriu seus mundos com cúpulas de vidro para conter o máximo de calor dos planetas e, dia após dia, lutaram contra a extinção.
     -- Há pouco tempo veio este aí no chão, disse o líder. Quando lhe perguntamos se era o gigante das estrelas, ele confirmou. Nos conclamou a construir armas e obedecer a sua liderança durante o traslado até o novo sistema.
     -- Ele mentiu. Ele não é o gigante da profecia, esclareceu Futuro. Ele busca levá-los à guerra e à destruição enquanto seguem os propósitos egoístas dele. O sistema para o qual pretendia levá-los os teria escorraçado.
     Um gemido de lamento correu pelo grupo atento à conversa.
     -- Quer dizer que nossa última esperança se foi? Nossa raça vai sucumbir apesar de nossos esforços?
     -- Não! Curt Newton enfatizou. Vou levar este gigante para o meu universo e lhes prometo que logo, logo seu universo moribundo se tornará um universo novo, com incontáveis mundos habitáveis.
     Eles o olharam curiosos.
     -- Como pode um homem só alcançar tal proeza? sussurrou o líder grisalho.
     -- Acreditem-me, pois assim o farei, prometeu Futuro.
     O grupo ouviu a firmeza de sua voz. Seu olhar irradiava o conhecido poder de persuasão que já havia conquistado a confiança de raças inteiras.
     -- Cremos em ti, disse o velho líder. Acreditamos que sejas o Gigante das Estrelas que há tanto esperamos.
     Curt levantou Ul Quorn e pediu:
     -- Afastem-se um pouco. Vou retornar com este criminoso para o meu universo, mas estejam certos de que em pouco tempo irão testemunhar o ressurgimento da luz neste universo.
     Aparvalhados, se afastaram e Curt religou os geradores em seu cinto e no de Quorn. A aura dourada os envolveu e o planeta encapsulado e seus representantes foram se reduzindo em tamanho bem rapidamente. Capitão Futuro e seu prisioneiro se agigantaram.
     Um toque nos controles do propulsor os impulsionou para longe do sistema dos atômicos. Foram aumentando de tamanho entre as estrelas mortas. Curt se  afastou logo da
estrela vermelha afim de não avariar as órbitas dos mundos submetidos à massa agigantada de seus corpos em expansão constante e que, em pouco tempo, estavam tão grandes que as estrelas mortas não eram mais que partículas de poeira voando em volta.
     Estas, por sua vez, se condensaram em moléculas, em seguida em esferas que se aglutinaram em massa sólida. Curt usou o propulsor para impeli-los para cima até chegarem no abismo estre as paredes da rocha que foram se fechando velozes à medida que cresciam.
     Subiu até a borda do abismo puxando Quorn até ficarem de pé sobre a massa rochosa que escolhia. O rochedo virou um pedregulho sobre a superfície da colina negra - o grão de areia encravado na gema!
    Escorregou com seu convidado pela lateral da colina, caindo na planície metálica que era o balcão do laboratório da Cometa. Já do tamanho de um polegar, Curt olhou para cima e viu seus amigos ciclópicos ainda curvados sobre o balcão. Acenou.
     Minutos depois, Curt Newton e o cientista desmaiado já estavam no tamanho normal.
     -- Chefe, você o trouxe de volta! gritou Otho exultante. Como foi lá embaixo?
     -- Um universo se apagando como Thuro Thunn descreveu, respondeu Curt. Eu prometi aos habitantes que vou restaurá-lo.
     -- E como vai fazer isso? indagou Grag.
     Em vez de responder, Curt lhes relatou os acontecimentos.
     -- Pegamos Quorn e depois vamos pegar os 'artistas' dele lá no Planeta dos Prazeres, declarou. Com as evidências que obtivemos, e com os depoimentos daqueles seres que irão contar tudo para se livrarem da pena, Quorn certamente pegará prisão perpétua.
     -- Por que não o matamos? protestou Otho. Ele vai sempre causar problemas agora que conhece o segredo da diminuição atômica.
     -- Não vamos matá-lo, não, explicou Curt. Simon e eu vamos apagar as lembranças do segredo em sua mente usando a sonda mental.
     -- De certo, rapaz, que é uma precaução sensata, retorquiu Simon de dentro de sua caixa.
     Esticaram o corpo de Quorn sobre a mesa. Joan e Ezra testemunharam o procedimento em que Curt e o Cérebro utilizaram o aparelho citado. Uma das maiores invenções do Capitão Futuro, a sonda era capaz de reordenar os padrões mentais formadores de lembranças e eliminar memórias específicas.
     -- É isso, Curt disse ao terminar. Ele se lembrará de tudo com exceção do segredo marciano.





(continua no último capítulo: O Novo Universo)  

09 janeiro 2020

Capitão Futuro e as 7 Gemas Espaciais (Capítulo 18)


O Subuniverso
  
     Capitão Futuro não demorou a compreender todo o leque de possibilidades maléficas contidas na situação. Otho e Joan ainda se mostravam incrédulos, embora notassem a natureza do perigo estampado no rosto do amigo.
     -- O que vamos fazer? soltou Joan. 
     -- Se eu puder pegar os planos do mecanismo das gemas e construir um, eu iria atrás dele, declarou Curt.
     -- Ideia horrível, disse Joan empalidecendo. Se submeter aos inimagináveis perigos de um universo estranho.
     -- Estamos presos aqui, não se preocupe. Bubas Uum virá liquidar conosco logo, logo, reclamou Curt. E Quorn vai voltar do universo do grão com...
     -- Droga, se eu conseguisse livrar só uma mão das algemas! grunhiu Otho torcendo os braços com raiva.
     Curt ficou mais animado com as palavras do androide pois lhe deram uma ideia. Talvez o Capitão Futuro ainda daria trabalho! Eles estavam dependurados com as mãos algemadas aos grilhões na parede, mas as pernas estavam livres. Curt as levantou, tocou com os pés o cinto que Otho usava.
     -- Mas que diabo, chefe? irritou-se. Não é hora para acrobacias!
     -- Essa acrobacia vai nos tirar daqui, Curt falou rápido. Escute! Se eu conseguir alcançar o óleo que amolece sua pele sintética aí no cinto, você poderia se livrar das algemas.
     -- Como não pensei nisso?
     -- Fique parado, deixe-me tentar, disse Curt. Primeiro vou tirar os sapatos para poder segurar com os pés.
     Curt se livrou das botinas espaciais, daí, se pendurou pelos punhos e alcançou o cinto de Otho com os pés descalços. Mexendo com eles freneticamente, abriu o bolso de maquiagem e com os dedos dos pés retirou o frasco de óleo cor-de-rosa.
     A pele artificial do androide era passível de ser amaciada com o produto, e então moldada à vontade. Otho tirava vantagem desse fenômeno para criar seus insuperáveis disfarces. O Capitão Futuro tinha outros planos para o óleo.
     Segurando o frasco entre os dedos dos pés, ele o levou até os punhos do androide e pressionou a válvula. O jato borrifado cobriu as mãos e punhos de Otho e segundos depois, a consistência da pele se alterou. Agora maleável, ela permaneceria nesse estado por alguns minutos, tempo suficiente para agir. Virou os punhos até deslizarem livres.
     -- Bom trabalho, chefe! elogiou. Já tiro vocês daí.
     Teve que esperar a pele ficar novamente firme e tirando uma gazua do cinto, libertou os demais.
     -- E agora? sussurrou tenso. Cela trancada. Os guardas lá fora...
     -- Molde um disfarce de Bubas Uum, ordenou Curt. Vai confundi-los e poderemos manipulá-los.
     Cuidadosamente, o androide, mestre na arte referida, borrifou o óleo amaciante sobre o corpo e remodelou em uma figura obesa. Concluiu a maquiagem com tinturas até chegar a uma réplica exata do joviano verde.
     -- Como estou? perguntou com a voz já empostada.
     -- Horrível, mas bom. Curt replicou após pegar as gemas do chão e guardá-las no cinto. Chame os guardas. Finja que estava aqui o tempo todo.
     Otho foi até a janelinha da porta e, usando o tom esganiçado de Bubas Uum, chamou os carcereiros.
     -- Muito bem, homens. Tirem-me daqui!
     Um guarda espiou pelo visor e mostrou uma fisionomia abobalhada. Otho se posicionou de forma a bloquear a visão de Joan e Curt lá dentro.
     -- Mas, chefe, pensei que já havia saído!
     -- Seu idiota! Está vendo coisas! Deixe-me sair!
     O homem obedeceu sem entender. Ao abrir a porta, no entanto, ele e o colega foram jogados ao chão pelo bote de Otho e Futuro. Inconscientes pelos cruzados de esquerda recebidos, foram arrastados para dentro da cela e devidamente trancados.
     -- Vamos para a Cometa, nos guie para fora, Otho, Curt pediu.
     Correram pelo corredor até a escadaria nos fundos onde um outro guarda em dourado sacou a pistola, mas abaixou-a ao ver a figura do patrão.
     -- Tudo bem, disse Otho com voz rouca. Saia da frente!
     Emergiram para a noite quente do planeta e rumaram para longe do Palácio da Sorte, saindo em seguida da Cidade das Oportunidades pelas vielas escuras.
     Começaram a ouvir uma barulheira vinda das ruas que acabaram de passar.
     -- Descobriram que fugimos, disse Curt ofegante. Corram.
     -- Agarrou a mão de Joan e foi puxando-a pela mão pelo resto do caminho ladeando o espaçoporto. Correram para dentro da Cometa assim que ela se mostrou na escuridão.
     -- Explico tudo depois, estão atrás de nós! Curt falou entre arfadas para Grag, Simon e Ezra. Manda ver nos motores, Grag!
     O robô pulou nos controles e fez a nave saltar para a atmosfera e logo entrar no espaço vazio.
     -- Aí está bom, instruiu Curt. Mantenha-a orbitando o Planeta. Virou-se para o Cérebro e sua face estava lívida.
     -- Exatamente como pensamos, Simon, Quorn partiu para um universo subatômico, o mesmo tentado por Thuro Thuun. Está lá agora.
     -- Do que está falando? Ezra indagou.
     Curt retirou as gemas do cinto e apontou para a joia negra na face da qual o grão de areia vermelha fora encravado.
     -- Este grão contém um universo inteiro e uma ameaça adormecida. Quorn está tentando liberar essa ameaça e usá-la em seus planos. Ele está aí dentro do grão nesse exato instante. Para impedi-lo, eu vou atrás dele.
     -- Perdeu o juízo de vez? repreendeu-o Ezra.
     Sem dar a mínima atenção à indignação do veterano, Futuro alinhou as seis gemas na bancada do laboratório sob o projetor de raios-X.
     -- Estas seis gemas aqui guardam o segredo do cientista marciano, sua gravação mental do que sucedeu no subuniverso, Curt disse distraído. A sétima gema contém o universo. Primeiro precisamos 'ouvir' a fórmula completa, finalmente!
     Ele ligou o aparelho e foi direcionando o projetor. À medida que as irradiações chegavam às gemas, uma a uma, elas liberavam parte da mensagem que chegava a todos no laboratório por via telepática. Era o marciano morto falando-lhes à mente com clareza.
     -- Sou Thuro Thuun. Sou um cientista marciano. Nosso mundo morre. Nossa civilização fenece. Estou à procura de um outro universo, algum sistema estelar subatômico para o qual possamos migrar. Acredito que exista vários mundos subatômicos habitáveis nos átomos do nosso mundo. Descobri como aumentar e diminuir o tamanho dos corpos. Assim, consegui miniaturizar meu ser e adentrar um grão de areia do deserto. Como esperado, ele continha uma galáxia inteira. Somente um dos planetas de uma estrela vermelha era habitável.
     "Encontrei o perigo, contudo. Um outro povo desejoso de adentrar nosso universo! 
E desta feita, expus o meu ao perigo, pois eles queriam que eu os levasse ao local de onde vim. Fingi concordar e lhes disse que retornaria com muitos aparelhos iguais aos que portava comigo. Enganando-os, consegui com que me deixassem ir. Voltei ao meu mundo resolvido a jamais correr tal risco mais uma vez. Será melhor para meu povo que continuem a lutar contra as agruras da vida.
     "Contudo, não querendo eliminar meu achado, gravei-o nestas gemas. Talvez em algum momento no futuro, meu povo vai encarar a destruição e com essa fórmula poderão buscar refúgio em algum outro universo. Muito cuidado deve ser tomado na seleção desse novo habitat. A fim de entrar no universo infinitesimal, me foi necessário diminuir a rotação e a revolução de cada um dos corpos celestes do grão de areia, desta forma atrasando sua morte inevitável.
     "Deixo meu segredo para ser usado somente como recurso extremo, na esperança de os habitantes resolverem seus problemas.
     "O tamanho das massas pode ser regulado por um simples processo de condensação de forças ou acreção. O subelétrom, a última unidade de matéria, não é nada mais que uma partícula de energia. Pode ser condensada ou expandida ao se drenar ou fornecer essa força usando-se cargas positivas e negativas.
     "Um pequeno gerador deve ser construído capaz de gerar vibrações dentro da décima terceira divisão da oitava oitava do espectro eletromagnético. Elas serão as ondas transportadoras que ao envolver o indivíduo, afetam todos os átomos. Corpo e roupas.
     "Quanto mais forte a carga negativa, maior o efeito redutor. O mesmo ocorre com a carga positiva caso se deseja aumentar de tamanho. Mas não use o processo para entrar no universo subatômico do grão de areia. Os infelizes habitantes dos mundos moribundos, que me imploraram para trazê-los até aqui,  podem tentar forçá-los a tal. Seu destino é penoso, de certo, mas não podemos permitir que eles entrem em nosso sistema.
     Curt desligou o projetor e olhou em volta, encarando seus companheiros.
     -- Agora sabem o segredo de Thuro Thuun, começou. Que ironia! Ele viajou ao universo atômico procurando planetas habitáveis para seu povo e encontrou seres em pior situação! Não é de se admirar que ficou com medo de reutilizar o processo.
     -- Inacreditável, sussurrou Joan. Uma civilização inteira em extinção dentro deste grão!
     -- E Quorn está lá também, lembrou Curt. O plano dele é óbvio. Vai tentar barganhar com a raça dos desesperados, a vinda deles para o lado de cá em troca de sua total submissão à sua liderança. Os coitados devem estar tão aflitos que vão aceitar a oferta, com certeza.
     -- Vai ser fácil pegá-lo, então! entusiasmou-se Otho. É só destruir o grão e será o fim do Dr. Quorn!
     Curt olhou para ele perplexo:
     -- Seria o fim de uma raça inteira, e que está lutando por suas vidas em um universo em colapso!
     -- Não podemos destruí-los, disse Simon ríspido. Thuro Thunn não cometeria tal crime. Talvez por isso ele tenha encravado o grão na sétima gema, para quem sabe um dia, pudesse auxiliá-los de alguma forma.
     -- A única forma de impedir Quorn de barganhar com esse povo desesperado é se eu for atrás dele, disse Curt. Simon, temos que construir um gerador como descrito na gravação de Thuro Thunn. Quorn levou semanas, mas nós temos somente alguns minutos.
     -- Vamos tentar, Curtis, replicou o Cérebro. Agora, se vamos conseguir...
     -- Não há nada que quatro dos maiores cientistas do Sistema não consigam fazer! encorajou Ezra Gurney com devoção.
     O trabalho começou intenso na cabine do laboratório da Cometa enquanto orbitava o Planeta dos Prazeres. Capitão Futuro e os Homens do Futuro correram contra o tempo utilizando cada iota de suas habilidades técnico-científicas.
     Ezra e Joan observaram quietos e maravilhados. Já haviam visto os quatro trabalharem juntos mas jamais com tamanha destreza e cooperação integrada antes.
     O gerador discoide tomou forma sobre o balcão do laboratório. Grag e Otho foram trazendo as partes específicas para a montagem enquanto o Cérebro checava o andamento com suas lentes oculares e coordenava as mãos ágeis de Curt com frases monossilábicas.
     -- Vamos testar, disse por fim o Cérebro. Calibração, rapaz. Primeiro a onda portadora. Está boa.
     -- E a carga energética? perguntou o androide. 
     -- Negativa, Otho.
     -- Não exatamente dimensional, disse o Cérebro. Ajustar.
     Curt apertou uma peça levemente.
     -- E agora?
     -- Bom, disse breve. Terminamos.
     Curt endireitou o corpo, os olhos irritados após o esforço com as ferramentas de precisão.
     -- Acho bom ir logo, soltou o Capitão. Me passem um traje espacial e um propulsor individual.
     -- Para que o traje? indagou Ezra.
     -- Não existe ar entre os mundos, Ezra. Vestiu o traje que o entregaram e grudou o gerador no cinto.
     -- Se eu não retornar, Simon, impeça Quorn de emergir do grão, instruiu Curt antes de colocar o capacete.
     -- Com certeza, prometeu Simon. Tenha cuidado.
     -- Tenho um plano para impedir Quorn, caso eu consiga me comunicar com os pequenos atômicos. Vou lhes oferecer uma chance de vida, sem necessariamente apinhá-los aqui no nosso Sistema.
     Os demais se entreolharam curiosos à espera da revelação do plano que Curt omitiu. Ele atou o capacete no traje e ligou o gerador. Sentiu o choque repentino quando a aura dourada da onda portadora o envolveu seu corpo. O choque logo passou. Curt olhou em volta, tudo e todos se tornaram rapidamente grandes e percebeu que era ele quem encolhia.
     As paredes do laboratório viraram muralhas e seus amigos se agigantaram, ainda mais ao se curvarem à sua volta observando o encolhimento. Quando julgou ter uns trinta centímetros de altura, acenou para Greg colocá-lo sobre o balcão que lhe parecia uma vasta planície metálica. Ao chegar a cinco centímetros, correu até a gema negra, já chegando lá e tendo que escalar o monte negro na altura da cabeça. Já estava com dois centímetros. Subiu na gema como se arrastando por uma colina negra. O grão se assentava no cume como um rochedo irregular. Escalou o grão e ficou de pé em cima. Agora, ele mal discernia as figuras enevoadas colossais e indistintas de seus amigos que provavelmente já não o viam mais. A rocha à sua volta virara uma planície rugosa.
     Ao diminuir ainda mais, a paisagem do grão se transformava cada vez mais rápida em vales e montanhas. Caiu em uma fenda que se abriu de repente e em segundos era um abismo profundo. Continuou caindo enquanto as paredes do abismo se desintegraram em um enxame de glóbulos girando loucamente. Percebeu que os globos eram na verdade os átomos do grão. Flutuava, agora, no espaço interatômico!
     Mas não! No espaço interestelar! Conseguia discernir mundos em cada um dos átomos do grão de areia. Todos revolvendo em torno de suas estrelas. Um universo de estrelas e planetas dentro do grão! Entretanto, estavam mortos. As estrelas eram escuras como brasas frias, os mundos secos e sem vida, um universo que entrara na fase de extinção. E, lá longe, naquela miríade de estrelas apagadas, Curt Newton viu a pequena fagulha de um sol vermelho escuro. A última centelha de vida que teimava em queimar por lá.
     -- É ela, respirou. A estrela do povo atômico que Thuro Thunn descreveu. E Quorn!
     Verificou o nível do encolhimento e desligou o gerador. Com o propulsor portátil, Capitão Futuro começou a se mover como um gigante por entre as estrelas e em direção ao sol vermelho-sangue.




(continua... capítulo 19: O Gigante das Estrelas)  

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