Uniformes de raças dos filmes de STrek

     Um rhaandarita em traje de serviço. Eles apareceram como oficiais da ponte da Enterprise no Filme. Em janeiro desse ano postei uma frota rhaandasita inteira, cheque aqui .

   Um sauriano em traje de treinamento. O primeiro indivíduo dessa espécie reptiloide foi apresentado em ST-O Filme. Recentemente, um personagem apareceu na segunda temporada de ST-Discovery como o tenente Linus. O conhaque sauriano é uma bebida tão famosa nos territórios do quadrante como a cerveja romulana.

   Zaranita em traje médico. Também saídos do primeiro filme de ST, essa raça respira gás fluor em vez de oxigênio.

 Um megazoide em traje de serviço. O megazoide Dax foi acusado injustamente de ter assassinado o diplomata klingon no sexto filme da franquia: Terra Desconhecida. A novelização do filme usa o nome Zeosiano para a mesma espécie.

Desenhos criados com o

e o MS WORD

Capitão Futuro e as 7 Gemas Espaciais (Capítulo 8)

A Jaula da Morte

  
     Em um volume ensurdecedor, a banda do circo marchou pelo pavilhão principal tocando uma música marciana. Refletores Krypton brilhavam nas paredes sobre as milhares de pessoas que apinhavam as inúmeras arquibancadas.
     -- O grande show está para começar! anunciavam aos gritos os promotores à entrada. Corram, corram! Vocês não podem perder!
     Jur Nugat, o magro saturniano dono do Circo Interplanetário entrou na luz do holofote na hora em que a banda parou de tocar.
     -- Apresentando... os maiores acrobatas interplanetários jamais vistos juntos! berrou para a plateia.
     O toque dos baixos na banda e os aplausos efusivos cumprimentaram os cinquenta homens, mulheres e crianças que avançaram para o picadeiro e com destreza subiram aos trapézios e barras suspensas.
     -- Cada um deles carrega seu próprio equalizador gravitacional! Jur Nugat tranquilizou alto. Uma junta de inspetores verifica todos eles antes das apresentações. Nada falsea a gravidade neste circo, senhores!
     A banda mudou o rítmo para uma valsa terrana. Os acrobatas, marcianos terranos alguns venusianos e vários mercurianos amorenados começaram suas manobras de saltos, volteios e balanços sobre a fina rede de cobre de segurança aberta próxima ao solo.
     -- Olha só estes amadores, resmungou Otho, assistindo com desdém as manobras que deixaram os espectadores sem fala. Eles deveriam se envergonhar de cobrar dinheiro por estes saltitos infantis. Esperem até sentirem o gostinho do que vou lhes apresentar.
     Otho, disfarçado de um ganimedeano pálido, vestindo leggings curto, parou despreocupado ao lado do Capitão Futuro que por sua vez se esparramava no sofá como um venusiano típico.
     -- Calado, Otho, não é para falar comigo, ventriloquou Curt. Acho que Ul Quorn nos espiona.
     Futuro havia notado Ul Quorn e o Auscultador em um canto escuro da entrada. O rosto rubro do mestiço era inescrutável, mas Curt o viu falar algo e o assecla saindo apressado em seguida.
     -- Quorn está aprontando pensou Curt. Se ele nos descobriu...
     Uma trovoada de palmas o interrompeu. Os artistas terminaram o número e Jur Nugat apresentava o próximo.
     -- E agora, o maior acrobata em toda a história dos circos. O Ultra Acrobata de Ganimedes!
     Otho entrou na luz do picadeiro e curvou-se em agradecimento, então, virou-se e falou alto para os assistentes próximos.
     -- Retirem a rede de proteção! ordenou. Não vou precisar dela.
     -- Mas sempre usamos as redes... Jur Nugat protestou.
     -- Para mim, não! declarou Otho bem no microfone. Redes são para amadores. Observem agora um profissional.
     Os assistentes enrolaram a rede de cobre rapidamente enquanto Curt praguejava.
     -- Esse androide estúpido tinha que se mostrar para as massas, logo agora que Quorn parece desconfiado.
     Otho começou escalando uma corda até uma plataforma do trapézio no alto. Ele se moveu tão rápido que os olhos mal podiam acompanhar. Um grito de espanto subiu pelas arquibancadas. A banda tocava um rítmo marciano pulsante, e Otho continuou a rotina: mergulhou direto para o chão à dezenas de metros dali.
     Um berro de horror saiu das mil gargantas ali no recinto. Entretanto, à metros da morte, o androide segurou uma corda e se balançou em arco até a plataforma em frente onde pousou graciosamente. Virou-se então para a plateia e curvou-se mais uma vez em agradecimento.
     As arquibancadas vieram abaixo ante o número jamais antes visto por aqueles lados. Nenhum humano poderia ter alcançado tal feiro, á claro, pois era necessária uma habilidade que somente Otho, o mais ágil de todos os seres no Sistema, possuía.
     Em gratidão aos aplausos, o androide passou ao seu ato mais espetacular: pendurou-se em um dos cordames e balançou-se até uma outra corda trinta metros à frente, soltou-se e concluiu a rotina com oito saltos triplos antes de aterrissar à salvo. Trocava de barras tão rápido que chegava a ficar invisível. Quando finalmente pausou no círculo de luz dos holofotes, os aplausos foram espetaculares.
     -- Seu bufão metido! Curt Newton murmurou furioso quando Otho parou ao seu lado. Querer aparecer vai fazer Quorn suspeitar de você também! Ele ficou de olho em tudo o que fez.
     Otho olhou rapidamente para o outro lado do pavilhão. Quorn ainda estava lá, de pé. Naquele instante o Auscultador se aproximou de novo dele trazendo um pequeno cone de metal.
     -- Eu só quis mostrar a todos como um acrobata de verdade se move, defendeu-se Otho. Você não ouviu a ovação? Fui muito bem mesmo!
     -- Escute aqui seu troglodita emborrachado, ciciou Curt. Enquanto Quorn e o Auscultador se encontram aqui dentro, vá fazer uma busca na sala dele. Pode ser que tenha escondido as gemas em algum lugar por lá. Tente achá-las,
     -- Certo, chefe. Mas vê se toma cuidado com esses tigres dos infernos.
     -- Vai! Vai! Jur Nugat vai me apresentar, avisou Curt. Se nos virem muito amiguinhos , vai estragar tudo.
     Enquanto conversavam, os números equestres aconteciam. Amazonas e cavaleiros mostravam destreza cavalgando éguas terranas, marchadores jovianos e ferozes garanhões de Saturno.
     -- Agora, nossa nova atração, senhores e senhoras! anunciou o proprietário. O maior ato de animais selvagens da história do sistema. Bestas-feras nunca domadas! O domador, senhores, Kovo e seus tigres dos pântanos!
     Curt entrou caprichando no gingado típico de um habitante dos charcos e curvou-se para a assistência.
     -- Podem deixá-los entrar, comandou os assistentes.
     Uma passagem dando para o pavilhão zoológico, construída com barras de açolite, se abria a partir da arena central. Por ela, os seis tigres despontaram sendo tocados pelos ajudantes usando varas de luz  com pontas atômicas. Rugindo alto e mordiscando as barras das grades no caminho, as enormes bestas de escamas negras marcharam ao picadeiro. Farejavam o ar com as cabeças levantadas, os olhos reptiloides brilhando em fogo, presas e garras anavalhadas reluzindo.
     Excitada, a plateia soltou gritos de apreensão. Os venusianos sabiam que os tigres, os animais mais selvagens de seu planeta, raramente eram capturados, muito menos domados.
     -- Tem certeza que quer entrar aí dentro? Jur Nugat indagou Curt com sinceridade dessa vez. O rosto pálido se virou para os monstros que urravam ferozes.
     -- Eles não vão me atacar, disse Curt casualmente.
     -- Tome esta pistola atômica mesmo assim, o saturniano implorou.
     Ele insistiu e meteu a arma no cinto que Curt usava, antes de pisar dentro da jaula. As arquibancadas emudeceram de expectativa. Os tigres resmungavam irrequietos longe do portão da jaula. Curt Newton entrou e fechou o trinco com cuidado.
     Os animais se viraram ao ouvir o clique. Doze olhos brilharam em feroz expectativa de dar o bote que nenhum homem conseguiria impedir.
     -- Eles vão matá-lo! gritou uma venusiana histérica na audiência.
     -- Olhem! gritou outra voz. Deuses de Vênus, olha só!
     Curt ligou o aparelho docilizador em seu bolso. No momento que as ondas neurônicas alcançaram as feras, que já se posicionavam para o ataque, eles relaxaram. O dispositivo abafava completamente as índoles agressivas transformando-os em gatinhos fofos.
     A plateia respirou incrédula ao ver dois tigres se aproximarem de Curt, e explodiram em festa quando ele montou o maior e aparentemente mais bravio dos tigres e ainda puxou suas orelhas.
     -- Kovo! Kovo! foi a aclamação geral.
     No instante que desmontou e curvou-se para agradecer, ouviu um urro medonho que o fez girar nos calcanhares.
     Os tigres pantaneiros não mostravam sinais de submissão. Vinham agachados para pular sobre ele. Mais uma vez presas e olhos de ofídios relampejavam selvageria.
     -- Demônios do espaço! murmurou Curt. O aparelho pifou!
     Nesse segundo pode sentir a suave vibração do dispositivo no bolso, entretanto, os tigres pareciam ter se tornado imunes às radiações calmantes.
     Olhos atentos a tudo à sua volta, mesmo em situações angustiantes como essa, perceberam Ul Quorn e o Auscultador em um canto do pavilhão e o último estava segurando um tipo de cone cuja ponta apontava para a jaula no picadeiro. Ul Quorn sorria para ele!
     -- Neutralizando meu aparelho! sussurrou Curt. Ele suspeitava mesmo.
     De repente, virou-se para os assistentes fora da jaula.
     -- Rápido!
     O som da sua voz foi como um gatilho para a selvageria dos tigres. Saltaram. A plateia testemunhou algo que jamais esqueceriam. Futuro não esperou ser dilacerado por caninos e garras, havia uma pequena chance de escapar à morte certa. Meio segundo após o bote, ele saltou também na direção das bestas!
     Usou a cabeça do tigre que vinha na dianteira para impulsionar o corpo e cair sentado no dorso. Agarrou-se no pescoço com uma mão e cavalgou o bichão enquanto com a outra atirava de leve contra as feras com a pistola atômica.
     Na visão da plateia, a jaula virou um emaranhado de manchas negras rodopiantes onde mal se via Kovo. Já para Curt, era uma confusão só. O tigre que ele montava pinoteava e se sacudia com raiva tentando retirá-lo do cangote, o que o ajudou muito pois mantinha os 'amiguinhos' longe. Os disparos da arma ainda contribuíam para confundir a vista das bestas. Mas Curt sabia que não ia durar muito.
     Uma sensação mortificou seu coração, acabar com caninos cravados no corpo dentro de uma gaiola de açolite... nem pensar!
     Ele sabia que, um dia, uma de suas aventuras ia dar em desastre, embora sempre torcesse para que fosse no espaço, com o brilho das estrelas como testemunho, e não preso daquele jeito sob o olhar de milhares de almas horrorizadas.

     De repente, os pinotes cessaram e o tigre parou. O animal se acalmou e voltou a ronronar, assim como as demais quando os assistentes de picadeiro terminaram de estender as redes por sobre a jaula.
     -- Bem a tempo, respirou Curt. Sorte que esses ajudantes não são capangas de Quorn, ou ele teria enviado uma contra ordem.
     Trêmulo com o acontecido, ainda assim se mostrou calmo e em controle. Desmontou do tigre domado e curvou-se para a audiência. Os aplausos fizeram as estruturas do pavilhão vibrarem.
     -- Kovo! Kovo! gritaram enlouquecidos.
     Curt saiu da jaula e só então desligou o aparelho no bolso.
     -- Pensei que eles o pegariam lá, Kovo, gaguejou Nugat. Pelos deuses de Saturno! Fiquei duro de medo aqui.
     Curt deu de ombros.
     -- É, eles estavam meio inquietos hoje.
     -- "Meio inquietos"? piou o saturniano fazendo uma careta cômica.
     Curt correu para a entrada do pavilhão e encontrou o cilindro da Máquina Pensante, como se algum descuidado a tivesse largado ali no meio do caminho.
     -- Filho! rasgou a voz metálica do Cérebro. Vim avisar... consegui rolar até aqui, que ouvi Ul Quorn falando com o Auscultador. Ele suspeita de você!
     -- O aviso veio um pouco tarde, Simon, disse Curt com um risinho. Ul Quorn quase que me pega minutos atrás. Fui eu quem inventou este aparelho para docilizar animais... Lembra da minha demonstração ano passado para alguns zoólogos Uranianos? Quorn deve ter ouvido falar do aparelho e quando me viu controlando as feras juntou as peças. Se era um docilizador então eu só poderia ser o Capitão Futuro. Quorn descobrira um meio de acabar comigo sem implicar-se, o que aconteceria tivesse usado uma arma comum. Ele conseguiu neutralizar o aparelho usando um gerador cônico de vibrações eletromagnéticas que abafou o efeito do meu. Percebi o que ele tentava fazer e pedi aos assistentes de palco para cobrirem a jaula com as redes de cobre a fim de contra bloquear as vibrações do cone dele. E meu aparelho voltou à força.
     -- Esse demônio mestiço, praguejou Simon. Se nós...
     -- Quieto, Simon, interrompeu Curt. Quorn está vindo agora em nossa direção!
     




(continua... capítulo 9: Desafios aos Homens do Futuro)